segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O Barroco

Após as Reformas Religiosas, ocorridas no século XVI, a Igreja Católica perdeu muito poder e espaço, no entanto, os católicos seguiam com a sua influência nos cenários políticos, econômico e religioso na Europa. O Barroco aparece neste contexto, expressando o contraste daquele período, como a espiritualidade e o teocentrismo da Idade Média e o racionalismo e antropocentrismo do Renascimento. Os artistas barrocos foram patrocinados pelos burgueses, monarcas e pelo clero.

O barroco é um estilo artístico caracterizado pela extravagância, exuberância e excesso de ornamentos, que surgiu na Itália na segunda metade do século XVII e se estendeu até o começo do século XVIII. O Barroco, originário da Itália, difundiu-se pela França, Espanha, Portugal, Inglaterra e acabou sendo adotado em todos os países ocidentais. O estilo dominou a arquitetura, a pintura, a escultura, a literatura, a música e por extensão, toda a cultura desse período, incluindo os costumes, valores e relações sociais da época, o Barroco representava uma oposição ao renascimento, cujas formas primavam pela harmonia e simplicidade. Enquanto o barroco é caracterizado por um elevado nível de complexidade, o arcadismo é o oposto, sendo definido por uma simplicidade e pela valorização das coisas simples do cotidiano.

O Barroco foi um período literário caracterizado pelos contrastes, oposições e dilemas. O homem deste período buscava a salvação e, ao mesmo tempo, queria aproveitar os prazeres mundanos. Há a oposição do Antropocentrismo (homem) ao Teocentrismo (Deus).

Características do Barroco literário:
  • Uso de recursos como antíteses, metáforas, paradoxo e sinestesia;
  • Pessimismo;
  • Intensidade, com a presença da hipérbole.
  • Fé em conflito com a razão
  • Conflito entre visão antropocêntrica e teocêntrica
  • Oposição entre mundo material e mundo espiritual
  • Idealização amorosa; sensualismo e sentimento de culpa cristão
  • Consciência da efemeridade do tempo
  • Gosto por raciocínios complexos, intricados, desenvolvidos em parábolas e narrativas bíblicas
  • Carpe diem
  • Gosto pelo soneto
  • Cultismo
  • Conceptismo

Nos quadros

As obras de pintura e as esculturas do período barroco são detalhistas, rebuscadas e expressam as emoções da vida e do ser humano. O período final do Barroco, no século XVIII, é denominado rococó e apresenta algumas peculiaridades, como a presença de curvas e muitos detalhes decorativos (como, por exemplo, flores, conchas, folhas e ramos), além de temas ligados à mitologia grega e romana.

Na arquitetura

A arquitetura barroca é o estilo arquitetônico praticado durante o período barroco, que, precedido pelo renascimento e maneirismo, inicia-se a partir do século XVII, durante o período do absolutismo, e decorre até a primeira metade do século XVIII. A palavra portuguesa "barroco" define uma pérola de formato irregular.  
Na arquitetura barroca, a expressão típica são as Igrejas, construídas em grande quantidade durante o movimento de Contra Reforma. Rejeitando a simetria do renascimento, destacam o dinamismo e a imponência, reforçados pela emotividade conseguida através de meandros, elementos contorcidos e espirais, produzindo diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto no desenho dos interiores.



Barroco: Arquitetura, Pintura e Escultura



Arquitetura

Profundamente ligado à religião católica, o Barroco brasileiro está presente, até hoje, em inúmeras igrejas construídas por todo o país. Contrastando com a riqueza interior das igrejas temos a simplicidade das fachadas externas. A arquitetura barroca também aparece nas fazendas, sítios, chácaras, engenhos, prédios públicos e chafarizes (construções que fornecem água à população ou servem de ornamentos; fontes).

Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos, em Congonhas - MG, obra de Aleijadinho


Igreja de São Francisco, Salvador, BA (fachada)


Igreja de São Francisco, Salvador, BA (interior)


Interior da igreja e mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro

Escultura

A escultura complementava a arquitetura barroca. As talhas – ornamentos esculpidos em madeira, mármore ou pedra – são muito presentes nas igrejas barrocas brasileiras. Aparecem em altares, arcos, tetos e janelas, recobrindo praticamente todo o interior da construção.

ANTONIO FRANCISCO LISBOA

O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Aleijadinho (1738 – 1814). Suas obras, de forte caráter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os principais materiais usados pelos artistas barrocos do Brasil.

Cena do carregamento da cruz, na Via Sacra de Congonhas



Pinturas

A arte barroca trabalhava o arranjo dos elementos dos quadros, que quase sempre formavam uma combinação diagonal. As cenas representadas eram envoltas em definida oposição do claro-escuro, contavam com a força das cores quentes, da gradação da claridade, todos esses elementos reforçavam a expressão de sentimento das obras que quase falavam aos seus interlocutores. O tema da pintura barroca foi sempre realista, mas a realidade que servia de ponto de partida para o pintor não era só a da nobreza, do clero e da burguesia, mas também a realidade da vida simples dos trabalhadores, camponeses.
Para o artista barroco, a harmonia da obra esteve sempre em comunhão com tudo que estava ali expresso na sua produção. O conjunto harmonioso da obra era o essencial. A harmonia individual da obra era deixada em segundo plano. Existe, nesse sentido, a explicação da valorização da unidade que está ligada à arquitetura, esculturas e pintura. O ideal das construções Barrocas passou a ser o da união desses elementos, que passaram a dialogar harmonicamente para o bem da obra.

Pintura do teto da igreja de São Francisco de Assis, feita por Mestre Ataíde. Ouro Preto - MG.
Detalhe do forro do teto da Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto - MG, pintada por Ataíde.

domingo, 4 de setembro de 2016

Padre Antônio Vieira

Padre Antônio Vieira foi um importante religioso, orador e escritor português do século XVII. Atuou, no Brasil, como missionário da Companhia de Jesus. É considerado um dos principais escritores e oradores sacros do barroco brasileiro.
Podemos dividir a obra de Padre Antônio Vieira em:
  • Profecias: constituintes de três obras: História do futuro, Esperanças de Portugal e Clavis prophetarum.
  •  Cartas: são cerca de 500 cartas, que tratam de assuntos sobre a relação de Portugal e Holanda, a Inquisição e os cristãos-novos. São tidos como documentos históricos importantes, já que tratam das diversas situações sócio-políticas da época.
  • Sermões: são aproximadamente 200 sermões, com estilo barroco conceptista, que trata o assunto de maneira racional, lógica e utiliza retórica aprimorada. Um dos seus sermões mais conhecidos é o “Sermão da Sexagésima”, o qual é metalinguístico, já que tem como tema a própria arte de pregar. Além deste, temos: Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, Sermão de Santo Antônio e Sermão aos peixes.

Sermão da Sexagésima
Padre Antônio Vieira


(...) Quando Cristo mandou pregar os Apóstolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira: Euntes in mundum universum, praedicate omni creaturae: «Ide, e pregai a toda a criatura». Como assim, Senhor?! Os animais não são criaturas?! As árvores não são criaturas?! As pedras não são criaturas?! Pois hão os Apóstolos de pregar às pedras?! Hão-de pregar aos troncos?! Hão-de pregar aos animais?! Sim, diz S. Gregório, depois de Santo Agostinho. Porque como os Apóstolos iam pregar a todas as nações do Mundo, muitas delas bárbaras e incultas, haviam de achar os homens degenerados em todas as espécies de criaturas: haviam de achar homens homens, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras. (...)

Gregório de Matos, o "Boca do Inferno"

Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica. Foi o primeiro poeta brasileiro : cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa. Suas poesias satíricas possuem um ótimo material do ponto de vista sociológico e linguístico (já que o autor usava um vocabulário popular). Nelas o escritor narra episódios da vida popular, cotidiana e política. Através delas podemos conhecer melhor a sociedade da época (período colonial).
A poesia lírica de Gregório de Matos pode ser dividida em:
  • Poesia lírico-amorosa
  • Poesia lírico-filosófica
  • Poesia lírico-religiosa



POESIA LÍRICO-AMOROSA

Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia, o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do pecado.
Características:
- O amor é retratado como fonte de prazer e sofrimento
- A mulher é retratada como um anjo e fonte de perdição (pois desperta o desejo carnal)

À mesma d. Ângela

Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:

Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
De verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?

Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.


POESIA LÍRICO-RELIGIOSA

A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem. 
Características:
- O autor está dividido entre pecado e virtude (sente culpa por pecar e busca a salvação)
- O autor vê o pecado como um erro humano, mas também, como a única forma de Deus cometer o ato do perdão.
- O eu-lírico, muitas vezes, se comporta como advogado que faz a própria defesa diante de Deus (para tal, usava, até mesmo, trechos da Bíblia)

Ao mesmo assunto e na Mesma Ocasião

Pequei Senhor: mas não porque hei pecado,
Da vossa Alta Piedade me despido:
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, já cobrada,
Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,
  
Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória


POESIA LÍRICO-FILOSÓFICA

Gregório de Matos é amplamente conhecido por suas críticas à situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis da Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de "Boca do Inferno", por satirizar seus desafetos. 
           Características:
-Pessimismo
-Angústia diante da vida
-Temas abordando o desconcerto do mundo e a instabilidade dos bens materiais

Triste Bahia

Triste Bahia!
ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.

A ti tricou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e, tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.

O Arcadismo

O Arcadismo se inicia no início do ano de 1700 e por isso recebe o nome também de Setecentismo, ou ainda neoclassicismo. Esta última denominação surgiu do fato dos autores do período imitarem, não de uma forma pura, mas alguns aspectos da antiguidade greco-romana ou o chamado Classicismo, e também os escritores do Renascimento, os quais vieram logo após a idade clássica. 

O classicismo compreende a época literária do Renascimento, no qual o homem tem a visão antropocêntrica do mundo, ou seja, o homem como centro de todas as coisas. Os renascentistas prezavam as obras clássicas, já que tinham a convicção de que a arte tinha alcançado sua perfeição. Assim como os renascentistas, os escritores árcades pretendiam retomar o estilo clássico, contudo com uma nova maneira, denominada de Neoclássica, de observar as considerações artísticas abordadas naquele período, como a razão e a ciência, conceitos oriundos do Iluminismo.

O Iluminismo é determinado pela revolução intelectual ocasionada por volta dos séculos XVII e XVIII, o qual trazia como lema: liberdade, igualdade e fraternidade, o que influenciou os pensamentos artísticos da época na Europa, e principalmente a Revolução Francesa, a independência das colônias inglesas da América Anglo-Saxônica e no Brasil, a Inconfidência Mineira.

O novo modo de analisar a cientificidade e a racionalidade da época árcade fugia das convenções artísticas da época, já que os escritores retomam as características clássicas, como: bucolismo (busca de uma vida simples, pastoril), exaltação da natureza (refúgio poético, em oposição à vida urbana), pacificidade amorosa (relacionamentos tranquilos), a mitologia pagã, clareza na escrita com utilização de períodos curtos e versos sem rima. Os poetas árcades são frequentemente citados como fingidores poéticos, pois escrevem sobre temas que não correspondem com a realidade do período histórico, visto anteriormente.

Um dos principais escritores árcades foi o poeta latino Horácio, que viveu entre 68 a.C. e 8 a.C., e foi influenciador do pensamento do “carpe diem”, viver agora, desfrutar do presente, adotado pelo Arcadismo e permanente até os dias de hoje.

 Na atualidade, o arcadismo é retomado em letras de músicas, filmes e no dia a dia da sociedade. Mesmo que inconscientemente, convivemos com muitos dos temas árcades como, por exemplo:

 Carpe Diem: esse ensinamento é muitas vezes repassado em mensagens que pregam que num mundo repleto de problemas, a chave para a felicidade é saber aproveitar a vida ao máximo. Nos dias atuais é encontrado características árcades até mesmo em anúncios de hotéis, clubes e pousadas.

  Abaixo segue o anúncio de um local utilizado para eventos religiosos:

 "Recanto da Benção, Aqui, no Recanto da Benção, você encontrará o ambiente perfeito para a realização de seu evento. Um lugar abençoado, cujo cenário é proporcionado pela diversidade de elementos da natureza. Longe da conturbada vida urbana, o Recanto da Benção oferece uma infraestrutura perfeita para atender às necessidades de seu evento."

Alguns autores e obras do arcadismo:

Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu): o principal de sua obra está em Cartas Chilenas (poema satírico em que denuncia os desmandos morais e administrativos do governador de Minas Gerais da época) e em Liras a Marília de Dirceu (em que relata seu amor por Marília, pseudônimo da jovem Maria Dorotéia Joaquina de Seixas).

Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio): publicado em 1768, seu livro Obras (composto de cem sonetos, várias éclogas, epístolas e outras formas líricas) é considerado o marco inicial do Arcadismo no Brasil. O poema épico Vila Rica também se destaca por descrever a descoberta do ouro em Minas Gerais e a formação de Vila Rica - atual Ouro Preto.

José Basílio da Gama (Termindo Sípílio): seu poema épico O Uraguai celebra a vitória do comissário real Gomes Freire de Andrade sobre os índios de Sete Povos das Missões - região atualmente pertencente ao Rio Grande do Sul.


Frei José de Santa Rita Durão: discute o mito do amor universal no épico Caramuru. A obra conta a história de amor entre o português Diogo Álvares Correa, o Caramuru, e a índia Paraguaçu.

Arcadismo: Arquitetura, Pintura e Escultura



Pinturas

Partindo de um desejo bucólico, o Arcadismo estava sempre em busca pelos valores da Natureza, fazia muitas referências a terra e ao mundo natural. Os poetas dessa escola costumavam escrever sobre as belezas do campo, a tranquilidade que era proporcionada pela natureza e contemplavam a vida simples, desprezando a vida nos grandes centros urbanos, assim como também a agitação e os problemas das pessoas que viviam nesses lugares. Quando os representantes árcades moravam na zona urbana, iam sempre ao encontro com a natureza para purificar suas almas com os ares leves do campo.
Os árcades se preocupavam muito com a essência natural do homem e buscavam inspiração nas pessoas que tinham uma relação perfeita com a natureza, ou seja, os indivíduos que mais se aproximavam eram pré-históricos. Exaltavam a pureza, a beleza e a ingenuidade do homem primitivo que ainda não fora corrompido pelos padrões sociais.

Características:



  •        Busca de simplicidade, racionalismo, contenção dos sentimentos.
  •         Equilíbrio, valorização de um– a vida simples (aurea mediocritas) e harmonia.
  •         Retomada dos valores clássicos, mitologia, paganismo (Zéfiro, Apolo, Minerva, etc.).
  •         Pastoralismo, bucolismo (fugere urbem, locus amoenus).        
  •         Natureza convencional (cenário).
  •        Adjetivos muito empregados, combinando com “local ameno”: manso, suave, doce, terno, calmo, etc.





















Arquitetura

A arquitetura, como beleza visual (logo possuidora de qualidades estéticas), pode ser considerada uma forma de arte. O neoclassicismo, como qualquer movimento abrangente, também possui seus próprios padrões de estilo.

Características da Arquitetura Árcade:


  •          Uso de materiais nobres, como o granito, mármore e madeiras.
  •          Formas regulares, geométricas e simétricas.
  •          Volumes corpóreos, maciços e bem definidos.
  •          Uso de abóbada de berço ou arestas.
  •          Frontões triangulares.
  •         Decoração estrutural com formas clássicas e relevo ao estuque.


            Teatro de Santa Isabel, Recife - PE (fachada)
Teatro de Santa Isabel, Recife - PE (interior)

Escultura

Na escultura, o movimento buscava inspiração no passado. A estatuária grega foi o modelo favorito pela harmonia das proporções, regularidade das formas e serenidade da expressão. Forte influência das formas clássicas do Renascimento. Ao contrário dos escultores barrocos, que pintavam suas obras, os artistas neoclássicos optaram pela cor branca natural do mármore (como os escultores gregos e romanos).
Características: 
  • Temas: históricos, literários, alegóricos e mitológicos. Serviram de base para a representação de figuras humanas com poses semelhantes às dos Deuses gregos e romanos.
  • Estatuária: representou figuras de corpo inteiro ou bustos e relevos pouco pessoais glorificando e fazendo publicidade a políticos ou figuras importantes das cidades (praças, casas de nobres e burgueses ou cemitérios).
  • Relevos: têm o mesmo sentido honorífico e alegórico da estatuária e revestem as frontarias de edifícios públicos ou de palácios.
  • Formas de Representação: de inspiração clássica foram representados com toda a minúcia, os corpos eram nus ou semi-nus, formas reais, serenas e de composição simples. Rostos individualizados (da pessoas que queriam representar), mas com pouca expressividade. Seguiram os cânones da escultura clássica, sem qualquer liberdade criativa.
  • Técnica: são obras perfeitamente conseguidas, onde a sua concepção se baseia em maquetas de barro ou gesso para um primeiro estudo. Acabamentos rigorosos e relevos de pouca profundidade.
  • Materiais: mármore branco que representava a pureza, limpidez e brilho, e o bronze, mas em menor quantidade.


 Antonio Canova: Perseu com a cabeça da Medusa